Então era isso mesmo, uma deidade... Deusa-objeto de vidas abjetas. Sim, Rhistoc, a materialização de um poder espiritual. Toda existência, real ou imaginária, de imensa energia potencial espiritual é uma divindade, que, se não for reconhecida, é automaticamente inferiorizada, vindo a ser uma potestade perigosa. Tornando-se então uma ordem da contra-totalidade? Não, não existe contra-totalidade. O Todo é. Aquilo que não é, também O é. O que pode parecer o contrário dEle também é Ele. Todavia, alguns elementos da totalidade parecem vibrar diferente, ou talvez precisem agir dessa forma para equilibrar as vias da totalidade. É algo que compreenderás depois. Aquele Objeto em si é uma deidade, pois tem atributos para isso, porém se comporta como uma rainha tirana, que subjuga e explora seu súditos impiedosamente para se co-existir, retroalimentando-se com eles. No começo, aparenta ser uma deusa magnífica de promessas, uma grande mãe dadivosa. E ela não engana, não está mentindo. Porém o que ela tem a oferecer é de um valor pós-pago inexorável. A sua potência é prontamente disponibilizada, mas aqueles que bebem dessa fonte de energia ficam deveras sedentos. A deusa precisa manter-se vibrando no espaço-tempo. Ela precisa legitimar-se, ela sozinha não se basta, depende da experiência de um Canal, uma vida humana, que a utiliza como fonte de satisfação, destarte ela pode se manifestar dimensionalmente. Após se expressar plenamente via-Canal, via-crucis, ela absorve grande parte da energia vital do favorecido e então parece abandoná-lo por uns instantes... Mas, do contrário, agora estará mais presente do que antes, em intensa unidade com seu soma e aura. Assim, a coroa decai e então a anti-deusa surge onipresente em todos os hólons daquele que pensou haver obtido uma grande bênção divina. A dor, a angústia e o medo formam a verdadeira (anti)deusa triúna. Essa trindade devastadora apodera-se do Canal, numa união aparentemente perpétua, e o brinda com uma imensa taça vazia: a Sede por mais. Tudo o que resta ao Canal esgotado é uma enorme sequidão, que persiste até que ele copule novamente com a deusa. Ele não medirá esforços para beber do cálice vazio e ilusoriamente transbordante que a deusa suspende com as duas mãos. Dar-se-á um novo ciclo, e mais outro e mais outro... Existem vidas que passam vários períodos de tempo nesse carrossel triste e medonho, oscilando entre gozo e dor, êxtase e flagelo. Algumas almas parecem mesmo (sobre)viver experimentando essa dicotomia: sofrer e extasiar-se em excesso. Transbordando-se para transcender...
Estes são os ensinamentos que por hora te concedo. A propósito, poderás estar curioso sobre Minha presença, ou querer saber quem (ou o que) Sou. Sou sua supra-consciência. Sou o boi, Sou o arado. Sou Aleph. http://www.eon.com.br/unilae/unil502.htm